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quinta-feira, 7 de junho de 2012

é claro que sim...

Vitor terminava o trabalho cedo aquele dia,se é que se pode considerar onze horas da noite cedo para um trabalhador comum.Mas Vitor não,ele estava muito longe do que poderia se chamado de comum.Vitor era assassino de aluguel,e naquela mesma noite havia mandado mais uma alma para o inferno,como ele mesmo costumava dizer.As ruas de cidade estavam vazias enquanto ele caminhava com sua pistola na cintura e cantava em baixo tom alguma canção.Ele nem se impressionou ao ver aquele pobre mendigo que o encarava com rosto um tanto quanto assustador.Ele não,Vitor não era dosa que se assustavam.
-tenho que te dizer algo,apenas coisas que o vento sopra,coisas que você precisa saber,disse o velho carcomida enquanto Vitor passava por ele. -Cale a boca velho maldito,disse enquanto pensava se matava ou não o velho que o importunava.Decidiu que não.
-ouça bem,sim!sim! - Disse o morador de rua enquanto Vitor já avançava longe na rua.
-velho imbecil,deve estar louco! -pensou nosso matador sem saber o que o esperava naquela fria noite de inverno.
 Foi para o primeiro bar que encontrou no caminho.Precisava de uma boa dose de Rum para esquentar o frio que sentia.No bar haviam menos de dez pessoas,então o garçom não teve dificuldade de chegar até Vitor e perguntar o que queria para beber.Pediu logo ao garçom uma dose de bebida que não demorou a chegar.Enquanto bebia,o garçom retorna a sua mesa com um pequeno papel dobrado nas mãos.
-Senhor,vê aquela loira sentada ali no canto?
Vitor então notou a mulher de formas perfeitas que o olhava com interesse e com um sorriso convidativo no rosto.
-Ela te mandou este bilhete-continuou o garçom-parece que esta te paquerando.
Vitor sorriu pensando em como estava tendo sorte.Seu sorriso desapareceu quando viu que no bilhete estava escrito apenas: Sim!
-Que tipo de brincadeira é esta?,gritou Vitor enquanto olhava procurando a loire,mas percebendo que não havia nenhuma mulher no bar.
Correu apressado até o banheiro,sentia que precisava botar os pensamentos em ordem.Aquela noite estava bizarra.Ao ligar a torneira e trancar a porta,o pequeno banheiro foi inundado por densa camada de vapor.Enquanto lavava o rosto,ouviu passos dentro de banheiro.-Quem é o desgraçado que está fazendo essas brincadeiras? Disse Vitor enquanto sacava a pistola e a apontava para o nada,mas sem obter resposta alguma.
-devo estar estar enlouquecendo. -Foi o que ele disse,mas ao virar para o espelho percebeu que estava muito enganado,aquele pesadelo era muito real.Estampado no vidro e desenhado com sangue,estava o grande "Sim!". O homem que não sentia medo agora estava tremendo.
 Saiu em disparada do bar,correndo como nunca em sua vida.Arfava e sentia que o medo e o cansaço já haviam abatido ele.Seu erro foi parar para descansar no meio daquela avenida movimentada.Não teve tempo de reagir quando o caminhão de pequeno porte veio em sua direção o lançando a alguns metros do local onde estava.Ali,sozinho,não sabia o que fazer,mas sabia que a morte logo viria para buscar aquele que tanto já mandara almas para o outro lado.Antes de outro carro passar por cima de Vitor e matar nosso pequeno amigo,ele ainda teve tempo de se lembar.Lembrar do último assassinato daquela noite,quando com a arma apontada para sua vitima,resolveu zombar um pouco do pobre coitado dizendo:

-Quando chegar no inferno pergunta se tem lugar lá pra mim.Aguardo sua resposta.





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