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terça-feira, 3 de julho de 2012

Menina má

Esta tarde empurrei a Arturo na fonte. Caiu nela e gorgolejou, gritou e foi ouvido. Papai e mamãe chegaram correndo. Mamãe chorava porque pensou que Arturo tinha se afogado. Mas não era assim. O médico veio. Arturo está agora muito bem. Pediu bolo de marmelada e mamãe lhe deu. Entretanto, eram sete horas, quase hora de dormir, quando pediu bolo, e apesar disso mamãe lhe deu. Arturo estava muito feliz e orgulhoso. Todo mundo lhe fazia perguntas. Mamãe perguntou como tinha caído, se tinha escorregado, e Arturo disse que sim, que tropeçou. É gentil que tenha dito isso, mas eu sigo detestando-o e voltarei a tentar algo na primeira ocasião.


Além disso, se não disse que eu o empurrei, talvez seja simplesmente porque sabe muito bem que mamãe odeia acusações. Outro dia, quando o enforquei com a corda de pular e ele foi contar a mamãe dizendo: “Elena fez isto”, mamãe lhe deu um tapa terrível e disse: “Não volte a fazer uma coisa assim!” E quando chegou papai ela o contou e papai também ficou furioso. Arturo ficou sem sobremesa. Por isso compreendeu, e esta vez, como não disse nada, lhe deram bolo de marmelada. Adoro bolo de marmelada: pedi para mamãe também, três vezes, mas ela não pareceu me ouvir. Suspeitará que foi eu quem empurrou a Arturo?



Antes, eu era boa com Arturo, porque mamãe e papai me agradavam tanto como a ele. Quando ele tinha um carrinho novo, eu tinha uma boneca, e não lhe teriam dado bolo sem dar para mim também. Mas desde faz um mês, papai e mamãe mudaram completamente comigo. Tudo é para Arturo. A cada momento lhe trazem presentes. Com isso não melhora seu caráter. Sempre foi um pouco metido, mas agora é detestável. Sem parar está pedindo isto e aquilo. E mamãe cede quase sempre. Para dizer a verdade, creio que em todo este mês só foi castigado no dia da corda de pular, e o estranho é que nesta vez não era culpa sua.


Pergunto-me por que papai e mamãe, que me amavam tanto, deixaram de repente de interessar-se em mim. Parece que já não sou sua menininha. Quando beijo a mamãe, ela não sorri. Papai tampouco. Quando vão passear, vou com eles, mas continuam desinteressando-se de mim. Posso brincar perto da fonte ou o que for. Dá na mesma. Só Arturo é gentil comigo de vez em quando, mas às vezes se nega a brincar comigo. Perguntei-lhe outro dia por que mamãe ficou assim comigo. Eu não queria tocar no assunto, mas não pude evitar. Ele me olhou de cima a baixo, com esse ar brincalhão que faz de propósito para me irritar, e me disse que era porque mamãe não quer ouvir falar em mim. Falei que não era verdade. Ele me disse que sim, que tinha ouvido mamãe dizer isso a papai e que disse: “Não quero ouvir falar nunca mais dela.” Isso foi no dia em que lhe enforquei com a corda. Depois disso, eu estava tão furiosa, a pesar do tapa que ele tinha recebido, que fui a seu quarto e lhe disse que o mataria.


Esta tarde me disse que mamãe, papai e ele iam à praia, e que eu não iria. Riu e me fez caretas. Então o empurrei na fonte.



Agora está dormindo e papai e mamãe também. Dentro de um momento irei a seu quarto e desta vez não terá tempo de gritar, tenho a corda de pular nas mãos. Ele a esqueceu no jardim e eu peguei.


Com isso, se verão obrigados a ir à praia sem ele. 

E logo irei dormir sozinha, no fundo desse maldito jardim, nessa horrível caixa branca em que me obrigam a dormir desde faz um mês.





Retirado de:Creepypastas Brasil







quinta-feira, 7 de junho de 2012

é claro que sim...

Vitor terminava o trabalho cedo aquele dia,se é que se pode considerar onze horas da noite cedo para um trabalhador comum.Mas Vitor não,ele estava muito longe do que poderia se chamado de comum.Vitor era assassino de aluguel,e naquela mesma noite havia mandado mais uma alma para o inferno,como ele mesmo costumava dizer.As ruas de cidade estavam vazias enquanto ele caminhava com sua pistola na cintura e cantava em baixo tom alguma canção.Ele nem se impressionou ao ver aquele pobre mendigo que o encarava com rosto um tanto quanto assustador.Ele não,Vitor não era dosa que se assustavam.
-tenho que te dizer algo,apenas coisas que o vento sopra,coisas que você precisa saber,disse o velho carcomida enquanto Vitor passava por ele. -Cale a boca velho maldito,disse enquanto pensava se matava ou não o velho que o importunava.Decidiu que não.
-ouça bem,sim!sim! - Disse o morador de rua enquanto Vitor já avançava longe na rua.
-velho imbecil,deve estar louco! -pensou nosso matador sem saber o que o esperava naquela fria noite de inverno.
 Foi para o primeiro bar que encontrou no caminho.Precisava de uma boa dose de Rum para esquentar o frio que sentia.No bar haviam menos de dez pessoas,então o garçom não teve dificuldade de chegar até Vitor e perguntar o que queria para beber.Pediu logo ao garçom uma dose de bebida que não demorou a chegar.Enquanto bebia,o garçom retorna a sua mesa com um pequeno papel dobrado nas mãos.
-Senhor,vê aquela loira sentada ali no canto?
Vitor então notou a mulher de formas perfeitas que o olhava com interesse e com um sorriso convidativo no rosto.
-Ela te mandou este bilhete-continuou o garçom-parece que esta te paquerando.
Vitor sorriu pensando em como estava tendo sorte.Seu sorriso desapareceu quando viu que no bilhete estava escrito apenas: Sim!
-Que tipo de brincadeira é esta?,gritou Vitor enquanto olhava procurando a loire,mas percebendo que não havia nenhuma mulher no bar.
Correu apressado até o banheiro,sentia que precisava botar os pensamentos em ordem.Aquela noite estava bizarra.Ao ligar a torneira e trancar a porta,o pequeno banheiro foi inundado por densa camada de vapor.Enquanto lavava o rosto,ouviu passos dentro de banheiro.-Quem é o desgraçado que está fazendo essas brincadeiras? Disse Vitor enquanto sacava a pistola e a apontava para o nada,mas sem obter resposta alguma.
-devo estar estar enlouquecendo. -Foi o que ele disse,mas ao virar para o espelho percebeu que estava muito enganado,aquele pesadelo era muito real.Estampado no vidro e desenhado com sangue,estava o grande "Sim!". O homem que não sentia medo agora estava tremendo.
 Saiu em disparada do bar,correndo como nunca em sua vida.Arfava e sentia que o medo e o cansaço já haviam abatido ele.Seu erro foi parar para descansar no meio daquela avenida movimentada.Não teve tempo de reagir quando o caminhão de pequeno porte veio em sua direção o lançando a alguns metros do local onde estava.Ali,sozinho,não sabia o que fazer,mas sabia que a morte logo viria para buscar aquele que tanto já mandara almas para o outro lado.Antes de outro carro passar por cima de Vitor e matar nosso pequeno amigo,ele ainda teve tempo de se lembar.Lembrar do último assassinato daquela noite,quando com a arma apontada para sua vitima,resolveu zombar um pouco do pobre coitado dizendo:

-Quando chegar no inferno pergunta se tem lugar lá pra mim.Aguardo sua resposta.





sábado, 26 de maio de 2012

Alice está morta

Bom pessoal,pra quem curte Alice no pais das maravilhas aqui está um jogo numa versão tanto quanto macabra do conto.podem jogar,não tem susto. (jogo dedicado a alguém rs)
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sábado, 19 de maio de 2012

Porno normal para pessoas normais


Todo o mundo sabe que se você navegar pela internet tempo suficiente, você verá alguma porcaria doentia. E é mais provável de acontecer quando você navega pela “borda negra”
da internet. Eu vi poucas coisas assim, e não ligo de admitir, mas uma coisa que eu sempre me lembrarei é um site chamado “normalpornfornormalpeople.com” (pornô normal para pessoas normais, em tradução livre).

A primeira coisa estranha sobre esse site é a que eu não consegui achá-lo procurando pro ele. Foi enviado para mim por alguém que eu não conheço.No Email estava escrito o seguinte:

“Fala aí cara
Achei esse site muito bom e achei que você iria gostar
normalpornfornormalpeople.com
passe adiante, pelo bem da humanidade”

Belo contexto para começar um email em corrente, porém o link no final realmente atiçou minha curiosidade. Eu estava tento um dia tedioso quando eu recebi o email, então eu me certifiquei se meu anti vírus estava ligado e cliquei.

Era um site muito genérico. Dava a impressão de que o criador não deu a MINIMA importância em fazê-lo parecer profissional.O autor parecia não dominar o inglês, e na pagina principal havia um longo e entediante texto que eu não me lembro muito bem como era.

O site tinha um slogan estranho (que ninguém atualmente parece ter descoberto o significado dele), o qual era:

“Pornografia Normal para Pessoas Normais, Um Site Dedicado a Erradicação da 
Sexualidade Anormal”.

E como soou, eu não tinha mais certeza se eu estava aqui pra assistir pornografia ou se eu estava em uma espécie de programa nazista. Mas eu estava lá naquele momento e, estava muito curioso pra saber o que “Pessoas Normais” se excitam também.Então eu desci a página, pulando o texto e...nada.A página parecia não ter links pra site nenhum, e estava prestes a fechar o site quando eu percebi que cada palavra no site possuía um link.

Então eu cliquei em uma delas, e fui direcionado pra uma pagina em branco que continha uma longa lista de links na forma de:
“normalpornfornormalpeople.com/ (letras aleatórias)”
Então eu parei por um minuto e perguntei a mim mesmo se eu realmente deveria gastar meu tempo clicando em vários links que possivelmente iam me fazer pegar vírus o suficiente pra meu computador ser estuprado. Então eu tentei em torno de 5 minutos, apenas pra ver se algo aparecia e, fui enviado pra outra página. Essa pagina parecia ter links diferente da antiga.

Eu estava quase mandando tudo se foder quando eu cliquei no terceiro link e um vídeo

começou a baixar. O nome era “peanut.avi” (amendoim.avi).Ele tinha 30 minutos, era um vídeo de um homem, uma mulher e um cachorro numa cozinha.A mulher fazia um sanduíche de manteiga de amendoim, e o homem jogava no chão para o cachorro comer.Essa cena se repetiu pelos 29 minutos seguintes.Era óbvio que o câmera teve de parar de filmar e esperar até o cachorro ficar apto pra comer de novo, e o cachorro ia parecendo mais cansado no decorrer do vídeo.

Eu sei o que você está pensando “Que merda isso tem a ver com pornografia?”. Eu nem
acredito que eu vi cerca de doze vídeos desse site, e a maioria não continha conteúdo sexual.

Depois de assistir o “peanut. avi” eu fui pra um fórum em que eu assistia a um programa online e comentava sobre como eu sempre fazia essas merdas estranhas. Mas alguém já tinha criado um tópico sobre isso, algum outro cara que recebeu o mesmo email sobre isso.O mural estava cheio de pessoas que não tinham mais nada de útil pra fazer, e ficou revirando o site, e foi como eu vi os outros vídeos.

Mais de uma dúzia de vídeos onde coisas rotineiras, pessoas falando com o câmera numa sala vazia, exceto por uma mesinha e poucas cadeiras. Eu disse literalmente nada, nada na parede, nenhum enfeitezinho ou móvel.A sala inteira passava uma sensação de frio, de vazio, dava pra sentir.

As conversar eram papo furado, sobre trabalho, momentos constrangedores na infância. Eu esperei por algum tipo de discussão sobre o que as pessoas queriam filmando tudo aquilo, ou sobre o que o site dizia, mas é claro, nada. Você nunca saberia que esses vídeos não teriam nada a ver com pornografia, se você tivesse os visto fora do contexto..Apenas um detalhe, as pessoas que apareciam nesses vídeos eram bem atraentes.

No entanto, os outros vídeos que continham algo que poderia ser chamado de “sexual” era onde as coisas ficavam estranhas.

Darei breves descrições dos vídeos estranhos, se você realmente estiver curioso, você pode tentar procurá-los.

lickedclean.avi (limpo a lambidas, em tradução adaptada)
Um vídeo de 10 minutos filmado por uma câmera escondida, onde vemos um mecânico trabalhando numa maquina de limpar carros nos primeiros dois minutos.Quando ela estava consertada, o mecânico falou brevemente com o proprietário da maquina e saiu.O dono da maquina checou se o homem realmente tinha saído e, começou a lamber toda a superfície da maquina.Isso acontece por 7 minutos.

jimbo.avi (sem tradução)
Um vídeo de 5 minutos de um mímico gordo fazendo uma performance.Era
engraçadinho, principalmente numa parte que ele fingia se sentar numa cadeira
e fingia que a cadeira quebrava com seu peso.Nos últimos trinta segundos de
vídeo, o câmera cortou pra estática brevemente, e cortou de volta para o homem
gemendo, ainda vestindo a roupa de mímico e maquiagem.Algum tipo de fetixe
obscuro?

dianna.avi
um vídeo de 4 minutos onde o câmera conversa com uma mulher em uma sala diferente da “sala vazia de entrevista”.Essa sala parecia uma sala normal de uma casa.Como de costume, nunca especificam onde estão.Dianna só falava sobre tocar violino.Ela obviamente tocava seu violino, mas freqüentemente se distraia com alguma coisa.
Eu não percebi até postarem no fórum, mas no espelho do fundo, você pode ver um homem gordo com uma mascara de galinha se masturbando.

jessica.avi
Outro vídeo de 4 minutos. Dessa vez ele está fora de uma casa, falando com uma jovem.eles falam sobre canoagem.O câmera dá zoom na cidade atrás deles ocasionalmente.A coisa estranha é: Ninguém de tão linde conseguiu identificar onde essa rua ficava.O fórum era internacional, haviam pessoas da Europa à Austrália até nas Filipinas, mas ninguém havia idéia de onde essa rua ficava.

tounguetied.avi (Amarrado com a língua)
Um vídeo de 10 minutos.Os 5 primeiros mostram uma senhora bem velha, vestindo um manequim.O vídeo corta como em “jimbo.avi” bem na metade, e a cena agora é um grupo de manequins em fila, formando um circulo em volta do câmera.As luzes estavam mais fracas, não havia sinal da velha senhora.A esse ponto não havia som.

stumps.avi (toco)
Um vídeo de 5 minutos, onde um homem sem pernas está tentando dançar break em um tapete de dança (daqueles jogos de vídeo game).O local se parece com o do vídeo “peanut.avi”, porém muito mais sujo.Tem um rádio tocando uma música despercebida no fundo, mas ela para aos 4 minutos de vídeo, quando o homem cai em exaustão no tapete.Ele respira ofegante, e implora pra alguém que não aparece no vídeo para que deixe ele descansar,Essa pessoa se enfurece e grita para que ele continue dançando, ele o faz.Você escuta a pessoa de fora do vídeo começando a gritar de novo, e o vídeo acaba abruptamente.

privacy.avi (privacidade)
A mulher do “dianna.avi” está se masturbando num colchão na “sala de entrevista”, enquanto o homem do “stumps.avi” anda sobre suas mãos, vestindo um tipo de mascara de goblin.A porta dessa sala estava sempre fechada nos outros vídeos, mas agora estava aberta.A única luz nesse vídeo é dessa sala, a entrada está escura.Perto do fim, você pode ver um animal correndo pela porta de entrada.

E finalmente o vídeo que nós descobrimos:

useless.avi (inútil)
Nos seus 18 minutos de vídeo, uma mulher loira de um vídeo anterior está deitada em um colchão na sala de entrevista.Ela tenta gritar mas sua boca está com uma fita adesiva.Depois de 7 minutos, um homem de preto com uma máscara abre a porta mas não entra.
Ele segura a porta para o animal que estava correndo no vídeo anterior.Mostra ser um chimpanzé adulto, seu pelo foi arrancado, e seu corpo inteiro está pintado de vermelho. Parecia estar faminto e machucado, com feridas profundas em seus ombros e costas.
Quando o chimpanzé entra na sala, o homem mascarado fecha a porta atrás dele.O chimpanzé cheira o ar (deveria estar cego), e percebe a mulher deitada no colchão.Ele entra em desespero e começa a espancá-la.O ato acontece por 7 agonizantes minutos, até que a mulher finalmente morre.O chimpanzé come a carne de seu cadáver nos 4 minutos seguintes, então o vídeo acaba.

O fórum explodiu de usuários depois que esse vídeo foi descoberto, e as pessoas discutiram isso toda a madrugada.Quando eu voltei ao mural no outro dia, percebi que os tópicos haviam sido deletados.tentei começar outro, e me baniram.Tentei mandar um e-mail pra quem me mandou a corrente com o link do site.Cinco mensagens, nenhuma resposta.

Tentei discutir sobre esse site em vários lugares, e fui banido freqüentemente O Site fechou três dias depois do ultimo vídeo ser descoberto, acho que alguém contatou as autoridades sobre isso.

A única prova de que esse site existiu foram algumas fotos tiradas de imagens dos vídeos que o pessoal salvou e colocou na internet via torrents. O mais popular, “useless.avi” ainda pode ser achado em pouquíssimos sites de “gore” por aí. Sempre que você tentar jogar na internet algum vídeo de “normalpornfornormalpeolpe.com”, ele será deletado rapidamente.

Fonte: Medo B

domingo, 29 de abril de 2012

O visitante

o visitante,um dos jogos de terror mais bem feitos e configurados,joguem ai galera,prometo que não terão muitos sustos..
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Inveja

Daniele sempre teve inveja de Camila.Desde a infância as duas sempre foram "amigas",digo amigas porque uma não desgrudava da outra.Até que a amizade de Camila sempre foi sincera,já Daniele era a cada dia tomada pela mais negra inveja,aquele sentimento que te corroí até os ossos,e muitas vezes leva embora sua sanidade também.Como todos,Camila e Daniele passaram pela adolescência.Essa fase marcou muito as duas,principalmente Camila...
É dia 3 de março,Daniele como sempre vai a casa de Camila.O dia começa de um jeito bastante comum,pelo menos para  Camila,que só via fidelidade em sua amiga.Chegando a casa de Camila,Daniele logo vê a amiga deitada em sua cama,deitada tranquilamente vendo algum programa matinal que a televisão exibia aquela manhã.É notável como as pessoas não presentem o perigo,as vezes é possível notar um lobo mesmo quando esta em pele de cordeiro.Daniele se aproxima de Camila e as duas iniciam uma conversa tipica de garotas da sua idade:
-Aí amiga,mal podia esperar a hora para você chegar,tenho tanta coisa para te contar! -disse camila.
-Nossa,tanta animação até estraga meu dia,conta logo o que você tem a dizer. -falou a falsa amiga.
-Lembra do Carlos? Aquele cara que havíamos reparado semana passada,ele me chamou para sair hoje a noite,tô tão animada,acho que ele está afim de mim!
Daniele não pode acreditar.Ela já vinha reparando em Carlos a muito tempo.Sentia algo por ele.Algo mudou naquele instante dentro dela,algo como uma voz que sussurra ao pé de ouvido dizendo em tom macabro " -você sabe o que fazer".
Daniele sabia.
Disfarçando educadamente o ódio que a queimava por dentro,convidou a amiga para ir em sua casa,já que ela teria uma grande noite com Carlos era muito importante que ela estivesse arrumada e linda para a grande noite.Pobre Camila,mal sabia que quando aceitou o pedido ela era como o gado que aceita ir rumo ao abate.As duas chegaram na casa,casa não muito luxuosa a de Daniele,ou pelo menos não era comparada a de Camila,mas um motivo para que a falsa amiga alimentasse uma inveja cruel da outra.o único luxo de Daniele era a piscina.não era muito grande,mas profunda o suficiente para que um homem de quase dois metros ficasse até os ombros em água.as duas se despiram e vestiram seus trajes de banho.Haviam decidido passar a tarde se divertindo para depois cuidarem dos preparos de Camila. só Daniele entrava na piscina.Camila não sabia nadar,tinha até certo medo de entrar na água.Daniele sabia disso.
Daniele estava na borda da piscina.chamou Camila,que foi rumo a amiga sem saber que aquele seria seu último dia.perto da borda,Daniele disse que queria dizer algo a amiga,quando Camila se aproxima,Daniele a empurra com todas as forças naquela água escura.Todos nós temos capacidade para matar,o difícil é ignorar os pedidos de socorro da vitima.Daniele conseguiu ignorar.Todos pensaram que a pobre menina morrera por afogamento.pensaram que Camila havia entrado na piscina e não tinha conseguido sair.Todos pensavam nisto,menos Daniele. Como tudo na vida,o tempo passa.Ele também passou para Daniele. Ela se casou com Carlos,subiu na vida e enriqueceu.Tinha uma casa magnifica,perfeita.mas o que mais chamava a atenção era a piscina,de um tamanho grande,muito profunda,talvez até um pouco parecida com a que ela tinha no passado.Do casamento de Carlos e Daniele,nasceu Isabela,uma menina muito quieta e diferente da mãe.Principalmente quando tinha aqueles pesadelos em que a criança gritava e se debatia na cama,tirando isso era uma criança normal.Até o dia do seu aniversário de dez anos.Foi feita uma grande festa,e a noite quando todos haviam saído,só estavam na casa Daniele e sua filha,até porque Carlos tinha saído para levar alguns amigos em casa.aquela noite não parecia ser comum.as duas estavam na parte externa da casa aonde ficava a piscina,e soprava aquele vento morno,que pode indicar tanto vinda de calor,como vinda de algo pior.Daniele descaçava tranquilamente numa cadeira enquanto a filha brincava.ela se levanta e olha para os lados procurando a filha.vê que a menina esta na borda da piscina,olhando fixamente o espelho d'água.ela se aproxima lentamente da filha,temendo algo que não sabe o que é,olha para a criança e diz:
-Sai dai menina,é perigoso! não vê que você pode cair ai dentro?

A criança com um sorriso demoníaco no rosto,vira o pescoço de um jeito que só seria possível se ele estivesse quebrado.ela olha com os olhos vermelhos para a mãe e diz:

-Eu vou cair,ou você vai me empurrar de novo?





















Obrigado por me contar essa história Camila...

O Lençol


Boa noite, minha querida. Já está confortável debaixo de suas cobertas? Bom, então vou contar a história que prometi.
Aconteceu quando eu tinha mais ou menos sua idade, uns doze anos, quase treze. Eu dormia exatamente como você, sabia? De barriga pra cima e coberto da cabeça aos pés. Meu pai dizia que eu ficava parecendo um morto no necrotério. Ah, papai... Foi por causa dele que tivemos que sair de Curitiba e nos mudar pro interior. Motivos profissionais.
Bom, a cidadezinha era legal até, muito bonita e arborizada, tinha bastante espaço pra andar de bicicleta e tudo mais. Mas também tinha lá seus problemas, tipo, no começo as pessoas olhavam pra mim como se eu fosse um alienígena. Nada pessoal, qualquer um que vinha de fora recebia o mesmo tratamento caloroso. Demorei pra fazer amigos e... Ah, eu já contei isso antes, né? Esquece, vamos voltar ao principal.
O maior problema daquele lugar era o clima, muito mais quente do que eu estava acostumado. As noites abafadas não traziam alívio. Eu queria deixar o ventilador ligado no máximo em minha direção, mas mamãe não deixava. Dizia que eu ficaria doente, então me obrigava a mantê-lo virado pro outro lado, apenas para circular o ar. Estávamos sem dinheiro para comprar um ar condicionado, e ficar com a janela aberta estava fora de questão. Mania de cidade grande, deixar tudo fechado.
Continuei dormindo do mesmo jeito, todo encoberto. Eu já não acreditava que algo agarraria meu tornozelo se ele ficasse para fora, porém o hábito de infância estava enraizado. Pra não morrer cozido, tive que substituir os cobertores por um lençol. Mesmo assim ainda esquentava bastante, eu dormia mal e acordava encharcado de suor.
Então, numa noite que fazia a gente acreditar em coisas como combustão humana espontânea, resolvi largar aquele hábito idiota de uma vez por todas. Porém, ficar com o corpo inteiro descoberto seria um passo muito grande, então deixei apenas a cabeça e os braços para fora. Aliviou o calor um pouquinho. Já era alguma coisa, mas por outro lado, comecei a me sentir incomodado, vulnerável. Como não precisaria acordar cedo na manhã seguinte – era noite de sábado pra domingo – resolvi insistir naquilo, até que finalmente consegui.
Consegui perder o sono.
Fiquei deitado de olhos abertos, pensando em como a vida podia ser um chute no saco de vez em quando. E assim fiquei durante um tempão, até perceber um movimento vindo do armário. Parecia que uma das portas estava se abrindo.
De início, achei que era um vento mais forte passando entre as frestas da janela, mas as cortinas estavam paradas. Fiquei olhando na direção da porta como se estivesse hipnotizado, a abertura ficando cada vez maior. Comecei a ficar com medo, e me cobri inteiro com o lençol.
Não é nada, pensei, isso acontece de vez em quando. Portas que não estão bem fechadas acabam se movimentando sozinhas. Sim, eu repetia esse pensamento sem parar, mas não conseguia afastar aquela impressão cada vez mais forte.
A sensação de que alguém havia saído de dentro do guarda-roupa, e agora estava parado ao meu lado.
Fiquei imóvel, tentando não respirar ou emitir qualquer som, o coração batendo tão forte que chegava a ser doloroso. Assim permaneci durante um bom tempo, até a sensação acabar.
Não tive coragem de conferir se aquilo havia ido embora. Só quando a luz da manhã atravessou as fissuras da janela, consegui adormecer.
Acordei com minha mãe chamando para almoçar. Tirei o lençol do rosto e olhei pra porta que havia visto se abrir durante a noite. Estava fechada. Puxei-a após um momento de hesitação, e como você deve imaginar, não havia nada ali dentro. Minto, havia camisetas e calças penduradas, nada que me deixasse propenso a fugir gritando. À luz do dia, foi muito fácil concluir que havia imaginado tudo.
Quando a noite chegou, eu já não tinha tanta certeza.
Mas não podia falar nada pros meus pais. Papai me daria uma bronca, afinal eu estava velho demais pra ter medo do bicho-papão, e mamãe confiscaria todos os meus gibis de terror. Aqueles antigos, sabe, tipo “Histórias Reais de Drácula” ou “de Lobisomem”... Mais uma vez revistei o armário inteiro, à procura de qualquer coisa estranha. Não encontrei nada, e pra mim estava ok.
Apaguei a luz e fui pra cama, me cobrindo todo. Tá, não havia nada para me preocupar, mas já havia perdido a vontade de abandonar o costume. Além disso, aquela noite estava menos quente, dava pra dormir numa boa. Dormi mesmo, só que acordei com sede durante a madrugada. Sempre deixava um copo de água no criado mudo, mas agora estava meio receoso de estender o braço para pegar. Fiquei nessa dúvida até a secura em minha garganta se tornar insuportável, então tirei o lençol do rosto e olhei pro armário, só pra me certificar que estaria fechado.
Não estava.
Fiquei imóvel, olhando para a porta até meus olhos se acostumarem com a escuridão. Sim, não havia dúvida, estava entreaberta, mas e daí? Dessa vez eu não estava assustado! Bom, não muito. Sentei na beirada da cama e fiquei parado por alguns momentos, tomando coragem para ficar em pé e fechar aquele maldito guarda-roupa. Isso acabaria com meu medo de uma vez por todas. Respirei fundo e levantei, caminhando rápido até o móvel aberto.
Quando comecei a empurrar a porta, uma mão pálida saiu lá de dentro e tentou agarrar meu pulso.
O que aconteceu no instante seguinte eu não lembro. Lembro apenas de estar novamente em minha cama, escondido embaixo do lençol. Sim, teria sido mais inteligente correr até o quarto dos meus pais, mas naquela hora não pensei em mais nada, estava aterrorizado. De maneira frenética, testei com os pés se o lençol ainda estava bem preso embaixo do colchão, e cerrei os punhos sobre a beirada que cobria minha cabeça. Antes que tivesse tempo de negar o que havia visto, senti que o fantasma vinha em minha direção. Não, não estava vendo ele, mas sua presença era tão intensa que dava no mesmo. Eu queria gritar, mas estava paralisado.
Aquilo estava chegando cada vez mais perto, com os braços estendidos.
Minha bexiga se soltou, acrescentando vergonha ao terror absoluto. Cerrei os dentes, esperando o momento em que aquelas mãos de cadáver iriam me arrastar pra fora da cama. Elas já estavam a centímetros do meu pescoço...
E então pararam.
A coisa ficou imóvel durante um longo tempo, depois afastou os braços e começou a caminhar ao redor da minha cama.
Procurava alguma coisa, talvez uma parte desprotegida.
Isso me deu esperanças, achei que se estivesse totalmente coberto, a assombração não conseguiria me pegar. E assim esperei, na expectativa, a garganta tão seca que chegava a doer. Eu tremia e soluçava baixinho, rezando para aquilo ir embora. Se funcionou eu não sei, pois em algum momento perdi os sentidos.
Acordei na manhã seguinte, com meu pai chamando para ir à escola. Pulei da cama e o abracei, chorando, sem me importar se levaria bronca ou não. Criança é tão boba... É óbvio que meu pai não brigou comigo, apenas me abraçou bem forte e perguntou o que havia acontecido. Mamãe também despertou e fomos todos pra cozinha, onde contei tudo. Nossa, eles foram tão legais, me acalmaram e disseram que havia sido um pesadelo, essa coisa básica, mas em compensação não me trataram como aqueles pais idiotas dos filmes de terror, que negam tudo até ser tarde demais. Deus, como sinto saudades deles...
Revistaram o quarto junto comigo, e nem falaram nada sobre o cheiro de urina em minha cama e pijama. Claro, não encontramos nada de anormal, mas eu ainda estava alarmado. Mamãe disse que eu poderia dormir com eles até meu medo passar. Adivinha se não aceitei?
Como não compartilhavam da minha mania de dormir coberto, tive que me enrolar inteiro no meu lençol. Papai disse que eu já não era mais um morto no necrotério, e sim uma múmia. Bom, você pode achar que tudo ficou bem, agora que eu estava no meio de dois adultos, certo? Quem me dera.
Naquela mesma noite, o fantasma retornou.
Saiu do guarda-roupa dos meus pais, provocando um rangido abafado na dobradiça, depois ficou me rondando com avidez. Aterrorizado, comecei a dar cotoveladas na minha mãe, tomando cuidado para não sair do meu casulo. No momento que ela acordou, senti aquilo indo embora. Mamãe acendeu o abajur, olhou pelo quarto – o armário estava fechado de novo - e me garantiu que não havia nada ali.
Assim que ela voltou a dormir, escutei aquele rangido de novo. Acordei-a de novo e tudo se repetiu, com a diferença de que agora havia uma leve impaciência em sua voz. Tentei despertar meu pai na outra vez, mas ele tinha um sono pesado demais. Resignei-me e esperei quietinho, até a aparição desistir.
Aquilo se repetiu por muitas noites. Meus pais insistiam que eu estava sonhando, ou então era o medo me fazendo ver coisas que não existiam. O medo podia fazer a manga de uma camisa ficar parecida com um braço, que tentava puxar a gente para um lugar escuro. Fazia sentido pra eles, e eu me desesperava por não poder provar que estavam errados.
Comecei a sofrer de insônia, queria que a luz ficasse acesa, me recusava a voltar ao meu quarto. Meus pais foram ficando cada vez mais preocupados, achando que aquela fase não era tão passageira quanto supunham. Fizeram minha vontade e tiraram o guarda-roupa do quarto deles. Eu lembro bem dessa noite, porque fiquei mais relaxado e até me arrisquei a dar uma espiada fora do lençol. O abajur estava aceso e fiquei passando os olhos por todo o recinto, na expectativa. Estava quase me cobrindo de novo, quando percebi alguém escondido atrás da cortina.
Ah, dessa vez eu consegui gritar. E como.
É óbvio que não havia nada lá quando meus pais acordaram, e no dia seguinte, me levaram a um psicólogo. Ele disse umas coisas interessantes, que eu estava estressado com a mudança de ambiente e com a solidão, além disso era normal ter medo naquela idade. À medida que fosse crescendo, meu temor iria diminuir de forma gradativa. Nisso ele estava certo, mas demorou algum tempo.
Todas as noites antes de deitar, eu precisava conferir obsessivamente se meu cobertor estava bem preso embaixo do colchão, com medo que se soltasse durante a noite. Nos mudamos de casa e eu ganhei um quarto sem móveis ou cortina, apenas minha cama. Desolado, descobri que o visitante noturno não precisava de nada disso para me encontrar, embora tivesse uma estranha preferência por guarda-roupas.
As noites de terror só acabaram quando comecei a tomar remédios para dormir. Coisa forte mesmo, tarja preta. Logo que eu engolia os comprimidos, corria pra cama e me enrolava em meu escudo de tecido, então esperava aquele doce torpor me envolver.
Os meses foram passando e arranjei alguns amigos. Aquela história de “medo pregando peças” parecia cada vez mais verossímil. Os anos vieram sem eu perceber, minha voz engrossou e comecei a me interessar pelas garotas.
O fantasma era apenas uma lembrança distante quando comecei a diminuir a medicação.
Ainda acordei algumas madrugadas com a impressão de não estar sozinho, porém era bem mais tênue dessa vez. Bastava pensar em outra coisa, e aquilo acabava. Meu temor foi enfraquecendo aos poucos, então um dia, sem mais nem menos, a sensação acabou para sempre.
Eu havia crescido.
Continuei dormindo todo encoberto, mas isso era novamente um hábito, não uma compulsão. Entrei na faculdade e fui morar numa república de estudantes. Agora, eu só lembrava das minhas aventuras de infância quando alguém da roda começava a contar histórias de terror. Eu contava minhas experiências - sempre omitindo o fato de ter mijado na cama - e meus relatos faziam bastante sucesso. Mas eu acho que a Carol nem prestou atenção. Ela era minha namorada na época, e foi ela que levantou meu lençol na primeira noite que passávamos juntos. Lembro de acordar meio sonolento com ela perguntando “por que está dormindo desse jeito, seu bobo?”.
O fantasma agarrou meu pescoço antes que eu tivesse tempo de responder.
Puxou-me pra fora da cama e começou a me arrastar em direção à porta do armário, num pesadelo cego de luzes apagadas. Minha namorada berrava de forma histérica, sem entender o que estava acontecendo. Eu esperneava e lutava em pânico, sem conseguir me livrar dos dedos gelados que esmagavam minha traquéia. Ainda tentei me segurar na beirada do guarda-roupa. Farpas entraram na minha mão e duas ou três unhas se quebraram, sendo arrancadas da minha carne. Nem me importei com a dor, só queria escapar.
Não adiantou.
Quando senti o tecido das roupas deslizando por meu rosto, desmaiei.
Desmaiei ou morri.
Não sei quanto tempo fiquei inconsciente, só lembro que quando abri os olhos, havia apenas escuridão. No instante seguinte, escutei o grito da assombração que me trouxera até ali. Estava me procurando. Fugi para bem longe, até os urros de frustração se tornarem meros sussurros ecoando nas trevas.
Vaguei durante muito tempo sozinho, gritando por socorro. Muitas vezes ouvi outros pedidos de ajuda, na maioria com vozes de crianças. Em outras ocasiões, escutei apenas berros insanos. Nunca encontrei ninguém. A solidão se tornou desesperadora e já estava quase enlouquecendo, quando bati em algo. Parecia a porta de um guarda-roupa.
Empurrei e cheguei aqui, no seu quarto.
Desde então, volto todas as noites. Sei que não pode me escutar, mesmo assim eu converso com você para espantar minha própria solidão. Vejo pelas fotos que está crescendo rápido. Não cometi o erro de ser visto, então logo você não sentirá mais minha presença. Vai concluir que eu não existo, aí será só questão de tempo para que abaixe o cobertor, deixando seu pescoço ou braço desprotegido.
Serei mais inteligente do que a coisa que me raptou.
Quando eu te puxar para dentro do armário, nunca mais vou te soltar.


Autor:Mario Carneiro Jr